Educação e valores


Semana 1 – Vídeo aula 3 
“O juízo Moral da Criança” e Vídeo aula 4 ”A escola e a construção de valores morais”



O Juízo Moral da Criança

Para Piaget, a moralidade se constitui de um sistema de regras e o respeito a elas. A criança passa por um processo para construir essa moralidade.

Anomia
Nesse momento a crianças ainda não tem regras, ou não entende as regras existentes e portanto não as respeita



Heteronomia

Nesse momento a criança já entende as regras, mas não as vê como suas, pois elas são colocados por outros (pais, professores, adultos). Nesse momento a criança aceita as regras por respeito a quem as coloca ou mesmo por uma situação de coação.




Autonomia
Primeiro seria interessante pensarmos o que é essa autonomia, para isso apresento duas músicas e suas respectivas letras:

Na letra abaixo a ideia de autonomia se relaciona a independência, mas ao mesmo tempo diversos elementos demonstram um sentimento de reponsabilidade e conhecimento de determinadas regras ou convenções sociais.




Disse que daqui pra frente seguiria só
Não se prenderia a nada buscando algo melhor
Na esperança que consiga e não se engane
Hora de virar as costas e seguir...
Um dia ia acontecer
Sem deuses, sem mestres e sem mãos que aparem
Orgulhoso em ver
Daqui pra frente só você
Ouça a música e dance como um louco buscando por autonomia
Deixe seu coração bater
Não sinta vergonha, feche os olhos, agora guie sem as mãos
Deixe seu coração bater
Completou: "Aquele não era mais o caminho."
Estar na comunidade era morrer
Teve coragem de dizer: "Isso não me diz nada mais..."
Preferiu enfrentar todas as acusações
E tatear no escuro
Honestidade pra manter o sangue quente
Orgulhoso em ver
Daqui pra frente só você
Ouça a música e dance como um louco buscando por autonomia
Deixe seu coração bater
Não sinta vergonha, feche os olhos, agora guie sem as mãos
Deixe seu coração bater
Nem errado, nem certo
Nem bem, nem mal
Nem rico, nem pobre
Vencedor ou perdedor
Humilde ou soberbo
Apenas trilhando algo que é só seu
Dentro e fora de moldes
Criando outros clichês
Ouça a música e dance como um louco buscando por autonomia
Deixe seu coração bater
Não sinta vergonha, feche os olhos agora, guie sem as mãos
Deixe seu coração bater
Por liberdade e mais ação
Deixe seu coração bater
Por mais um sonho, outra mentira
Deixe seu coração bater

Na letra da música “Autonomia” dos Titãs a autonomia desejada é sinônimo de se fazer o que se quer. A percepção que temos é que o sujeito nunca foi autônomo, pois nunca conquistou essa “liberdade”.






Autonomia

O que eu queria, o que eu
sempre queria
Era conquistar a minha
autonomia
O que eu queria, o que eu
sempre quis
Era ser dono do meu nariz
Os pais são todos iguais
Prendem seus filhos na jaula
Os professores com seus lápis
de cores
Te prendem na sala de aula
O que eu queria, o que eu
sempre queria
Era conquistar a minha
autonomia
O que eu queria, o que eu
sempre quis
Era ser dono do meu nariz
Ia pra rua, mamãe atrás
Ela não me deixava em paz
Não aguentava o grupo escolar
Nem a prisão domiciliar
O que eu queria, o que eu
sempre queria
Era conquistar a minha
autonomia
O que eu queria, o que eu
sempre quis
Era ser dono do meu nariz
Mas o tempo foi passando
então eu ca¡ numa outra
armadilha
Me tornei prisioneiro da minha
própria família
Arranjei um emprego de
professor

As imagens abaixo mostram algumas situações em que as crianças começam a adquirir sua autonomia, pois passam a agir em seu meio com regras socialmente construídas.






A escola e a construção de valores morais

A criança passa um grande tempo na escola e é lá que ela aprende a conviver socialmente fora do grupo familiar. Nesse sentido a Escola deve atuar na construção de valores. E para isso deve ter foco em sete pontos fundamentais:
1.O currículo escolar tem que contemplar, além das disciplinas especificas, temas importantes para a construção da realidade social do educando como: direitos humanos, éticas, cidadania, inclusão social e convivência democrática.





2. O professor deve desenvolver metodologias diferenciadas para a construção de aprendizagens significativas. O aluno deve ser percebido como agente transformador e ativo.



3. O currículo deve contemplar a temática de valores, e uma das obras de referencia nesse sentido é a declaração dos direitos humanos e como ela é desenvolvida e vivida no cotidiano da escola, da família e da sociedade como um todo.



4. As relações interpessoais devem ser trabalhadas na escola e para isso é preciso chamar a atenção para alguns sentimentos como respeito, autoridade e admiração.

5. A escola tem que trabalhar a autoestima dos alunos, para que eles desenvolvam autoconfiança, autoconhecimento e assim valorize-se e aos outros.



6. Precisamos ter clareza dos nossos sentimentos e emoções, para isso devemos buscar o “autoconhecimento”. Assim podemos perceber melhor também como agimos com os outros e como eles se sentem em relação aos seus sentimentos e emoções.


7. É preciso que todos participem da gestão da escola de forma que essa se reconstrua constantemente conforme as necessidades de todos os agentes envolvidos: alunos, professores, direção, comunidade.




Semana 2 - Vídeo aula 7 e 8 
“Educação e ética” e “A Construção Psicológica dos Valores”

Em nossas vidas estabelecemos relações com pessoas, objetos, lugares e sentimentos, que acabam adquirindo grande valor e significado. Esses valores podem mudar com o passar do tempo e eles regulam nossa convivência na escola e na sociedade. Em resposta a essa complexidade, se faz necessário que a escola atue na formação desses valores. E para isso é importante que os valores e sentimentos sejam objetos de estudo.




Nesse sentindo, um dos pontos primordiais a ser trabalhado é a questão da ética. Esse conceito que teve sua origem na antiguidade clássica está relacionado a “virtude” e era intrinsecamente ligada ao conceito de politica. A ética se constitui através de hábitos e é transmitida por meio de exemplos. Os gregos acreditavam que era importante uma vida razoável, sem exageros, pautados em ações sensatas. E que os sentimentos e emoções eram importantes e deveriam se utilizados no momento certo e na medida certa.
Atualmente entendemos por ética um conjunto de códigos e regras as quais seguimos de forma voluntária, ou seja, concordamos com elas. A palavra “Moral” é vista como sinônimo de “ética” e é entendida como um conjunto de regras socialmente construídas. Por mais que as duas tenham diferenças epistemológicas, tem muito em comum ao colocar a ideia de estar no lugar do outro. As duas têm como objetivo regular a vida das pessoas, ou seja, torna-las melhor.


A letra abaixo reflete sobre a importância de se estabelecer valores e autonomia, para construir uma convivência mais tranquila. As escolhas que fazemos em nossas vidas, tem total relação com os valores que construímos.




É Preciso Saber Viver


Quem espera que a vida
Seja feita de ilusão
Pode até ficar maluco
Ou morrer na solidão
É preciso ter cuidado
Pra mais tarde não sofrer
É preciso saber viver
Toda pedra do caminho
Você pode retirar
Numa flor que tem espinhos
Você pode se arranhar
Se o bem e o mal existem
Você pode escolher
É preciso saber viver
É preciso saber viver
É preciso saber viver
É preciso saber viver
Saber viver, saber viver!

A relação de Igualdade e Diversidade é um das questões que derivam da problemática de valores na escola. É preciso dar iguais oportunidades a todas as crianças e ao mesmo tempo respeitas as diferenças existentes na mesma medida, para enfim construir relações democráticas e cidadãs. Nesse contexto, a aula traz uma ideia importante de Kant, que nos diz que para pensarmos de forma ética, é preciso pensar as pessoas como um fim, e não como um meio.


A música "Pais e filhos" traz em seu refrão uma representação sobre o que realmente é importante em nossas vidas, "as pessoas", as relações que estabelecemos e os valores que construímos em nosso meio familiar e social.







Pais e filhos

Legião Urbana

Estátuas e cofres e paredes pintadas
Ninguém sabe o que aconteceu.
Ela se jogou da janela do quinto andar
Nada é fácil de entender.
Dorme agora,
é só o vento lá fora.
Quero colo! Vou fugir de casa!
Posso dormir aqui com vocês?
Estou com medo, tive um pesadelo
Só vou voltar depois das três.
Meu filho vai ter nome de santo
Quero o nome mais bonito.
É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Porque se você parar pra pensar
Na verdade não há.
Me diz, por que que o céu é azul?
Explica a grande fúria do mundo
São meus filhos
Que tomam conta de mim.
Eu moro com a minha mãe
Mas meu pai vem me visitar
Eu moro na rua, não tenho ninguém
Eu moro em qualquer lugar.
Já morei em tanta casa
Que nem me lembro mais
Eu moro com os meus pais.
É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Porque se você parar pra pensar
Na verdade não há.
Sou uma gota d'água,
sou um grão de areia
Você me diz que seus pais não te entendem,
Mas você não entende seus pais.
Você culpa seus pais por tudo, isso é absurdo
São crianças como você
O que você vai ser
Quando você crescer?

Por fim, é preciso entender e analisar as contradições de dois conceitos chaves em todo o processo de ensino e aprendizagem: Liberdade e Autoridade. A escola contemporânea tem que dar a voz que foi negada as crianças e adolescentes durante séculos de História. E para isso deve abrir-se a novos conteúdos que contribuam com as relações humanas e suas complexidades. É importante analisarmos que as relações hoje não se baseiam mais em autoridade, nesse sentido é necessário construir atitudes de tolerância, dar oportunidade das crianças se desenvolverem de forma plena, sem rótulos e preconceitos.





Semana 3 - Vídeo aula 11 e 12 
“Perspectivas atuais das pesquisas em psicologia moral” e “Perspectivas atuais da Educação em valores”


É preciso entender que a moralidade faz parte da nossa identidade. Nesse sentindo os valores que construímos em relação a pessoas, situações, lugares, e a nós mesmos devem ser visto como objetos de estudo, pois eles regulam nossos valores.



Esses valores podem ser morais ou não, ou seja, os valores não estão necessariamente relacionados a questões positivas ou negativas ou mesmo a ideia de justiça. O sujeito tem papel ativo na construção de seus valores e eles dividem-se em:

Centrais: que são mais importantes e relacionam-se com situações cotidianas
Periféricos: menos fortes, mas podem ganhar força em momentos determinados.

Para trabalharmos esses sentimentos e valores na escola é preciso articular diversas ações. A primeira delas deve propiciar uma discussão da realidade da escola e de sua comunidade. Nesse momento é importante a participação de todos os seguimentos da sociedade como alunos, professores, direção, comunidade escolar, segurança pública, terceiro setor, órgãos de saúde, etc.



Após o diagnóstico da realidade social em que a escola se insere, é preciso partir para ações mobilizadoras, trazendo os temas levantados pelas discussões para o cotidiano escolar. 



Os alunos tem que trabalhar esses temas, analisando-os e buscando soluções. Esses novos temas devem passar a fazer parte do currículo da escola e os professores devem articular esses novos conteúdos com metodologias de trabalho que valorizem o protagonismo juvenil. Assim os alunos se sentirão sujeitos históricos, ativos e transformadores.




Semana 4  - Vídeo aula 15 e 16

“Dimensões constitutivas do sujeito psicológico” e “A construção de valores e a dimensão afetiva”

Quem é o aluno?

Para respondermos a essa pergunta temos que entender o conceito de “sujeito psicológico” e suas dimensões:

Biológico: nosso organismo;



Afetivo: sentimentos e emoções;



Cognitivo: Inteligência, pensamento;



Sociocultural: Cultura, língua, meio;



Durante muito tempo a dimensão afetiva foi deixada de lado, até que Piaget considerou em seus estudos que a afetividade servia de combustível para cognição. Essa ideia contribuiu muito para a integração da dimensão afetiva, mas continuou evidenciando mais o aspecto cognitivo.
Atualmente a dimensão afetiva é vista com outros olhos. Ela não está mais abaixo da dimensão cognitiva, ambas estão no mesmo patamar e integradas. Essa ideia teve como ponto de partida as pesquisas de Piaget, mas coloca a afetividade como um dos aspectos organizativos da psique humana.


Sentimentos de vergonha e culpa: São sentimentos morais, vistos como emoções negativas e por mais que sejam atribuições internas, são vivenciadas em relações externas. E regulam os valores morais.
*vergonha: relaciona-se a forma como sou vista pelo outro, e o desejo fugir, me esconder
* culpa: relaciona-se a auto avaliação, e o desejo de confissão, de perdão.



Semana 5 – Vídeo aula 19

“Podem a ética e a cidadania ser ensinadas”


Através de uma visão panorâmica sobre a formação ética na antiguidade clássica, é possível perceber que as preocupações que hoje nos parecem tão atuais, já faziam parte da realidade grega a mais de dois milênios.
A palavra “Virtude” significava excelência ética e se construía através dos hábitos. Os gregos tinham clareza que era preciso formar para a ética, pois essa formação completaria o que falta a natureza humana. Isso se fez necessário, quando a democracia trouxe diversos atores sociais.



Mas nem sempre foi assim, pois a ética já foi visto nos tempos homéricos, como uma qualidade herdada de família ou presenteada pelos deuses.
Sócrates foi um importante ator nesse contexto, Em suas ideias sempre questionava se essas virtudes poderiam ser ensinadas. Todo esse questionamento poderia ser visto como se ele não acreditasse nesse processo de formação, mas seus próprios atos (como é descrito nos trechos recortados) demonstram que não adquiriu fortuna pessoal, para se dedicar ao cuidado da alma (psique). Além disso, Sócrates levantou perguntas sobre quem seria a pessoa ideal para ser o formador. Em resposta a Sócrates, Protágoras dizia que não existia uma pessoa especialista em ética, afinal o grande estudioso não necessariamente é o ser mais ético.



Aristóteles uma sociedade democrática forma cidadãos democráticos e uma formação democrática aperfeiçoa uma sociedade democrática. Para ela o ensinamento se faz através de ações e exemplos, nesse sentido a família, a escola, e toda a sociedade devem atuar na formação ética e esta, não pode ser separada dos conteúdos escolares.




Semana 5 – Vídeo aula 20
Violência e educação


A temática de violência é muito difícil de ser abordada, pois além de ser um assunto complicado e com aspectos negativos, existe uma quantidade grande de situações que são vistas como violência, mas nem todas elas nascem dentro do ambiente escolar.
O que é papel da escola nessa situação é diagnosticar os reais problemas existentes na escola.
Existem as violências que acontecem no entorno da escola:





Nesse caso é preciso estabelecer um dialogo entre a escola e a comunidade, desenvolver projetos que aproximem a comunidade e mostrem a escola como um espaço a se conservar e proteger.

A violência também pode estar no ambiente familiar:




A violência nas famílias entra silenciosamente na escola, afinal reflete nas ações dos próprios alunos. É necessário buscar conexões com a saúde local, com o conselho tutelar, e com a família.

Violência da discriminação



Violência da escola: Esta também tem várias faces.
Uma delas pode ser a encontrada entre os alunos em suas relações.



Também na relação professor e aluno, nos dois extremos.





Mas uma violência que é muda, mas acaba com perspectivas de milhares de jovens e adolescentes é esse fosse existente entre o conhecimento que a sociedade e o mercado de trabalho lhe pedem, e o que eles realmente constroem na escola.






Semana 6 - Vídeo aula 23
Assembleias escolares e democracia escolar


Assembleias são espaços democráticos que propiciam uma vivência cidadã e participativa de todos os sujeitos envolvidos no processo.



Na escola comunitária apresentada na vídeo aula, essa assembleia acontece em várias instancias:
Desde as assembleias de classe, onde os alunos discutem assuntos mais relacionados com o seu cotidiano:



As assembleias escolares, onde os problemas da escola são discutidos, por todos os representantes da escola:



Por fim a assembleia dos docentes, onde todo o processo se passa entre direção e professores.



Um dos pontos mais interessantes a ser apontado é que nessas assembleias não são apensas tratados problemas ou coisas negativas, é feito também um trabalho de valorização das ações consideradas positivas. Todos se envolvem e tentam juntos construir uma escola mais justa, democrática e em consequência, um mundo melhor.




Semana 6 – Vídeo aula 24
Diversidade e Pluralidade cultural na escola


No Brasil a diversidade cultural da sociedade brasileira reflete-se no ambiente escolar. Vários termos são utilizados para tratar o mesmo assunto, mas há diferenças epistemológicas entre “diversidade, diferenças, pluralidades”. Um ponto que é importante debatermos e a necessidade de construir uma Igualdade de todos, mas respeitando-se as diferenças étnicas, culturais, físicas, etc.



Há diversos momentos da História que o outro é visto como fonte de todo mal, isso ficou muito evidente em na Segunda Guerra Mundial com o nazismo e em processos de escravidão na América.
Mais uma forma que o “Outro” foi vista é como sujeito pleno de uma marca cultural. Nesse sentido não eram respeitados suas características individuais
E por fim o “Outro” também foi entendido como alguém a tolerar. O fato de existir tolerância não significa que não houve a exclusão, pois tolerar não é necessariamente entender, respeitar ou aceitar como igual. Dessa forma não se trabalha os preconceitos, pois se camuflam na convivência.


 Foi através de muita luta, que os movimentos de resistência negros e indígenas que a temática da diversidade passou a ser discutida na sociedade e por volta da década de 90, foi se inserindo nos documentos oficiais. Mais ainda hoje a luta para que esses direitos sejam respeitados ainda é grande e para que diminua ainda mais é preciso que se articulem os saberes para a valorização dessa diversidade cultural.