Temas transversais


Semana 1 - Vídeo Aula 1 e 2

"Revoluções educacionais" e "Caminhos da interdisciplinaridade"




Escola: representações e paradoxos

Ao refletir sobre a realidade escolar no Brasil, muitas pessoas, inclusive educadores se mostram saudosos ao modelo da escola tradicional que "era pública, mas era de qualidade". Essas ideias nos fazem pensar um dos grandes paradoxos da escola pública:






















                                                                     
















O que é melhor para nossa sociedade?

Uma escola com uma estrutura fechada, conteudista e considerada de grande qualidade, porém onde a maioria das pessoas não tem acesso como diria a música Cidadão do Zé Geraldo?



Tá vendo aquele colégio moço?
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Fiz a massa fiz cimento
Ajudei a rebocar
Minha filha inocente
Vem pra mim toda contente
Pai vou me matricular
Mas me diz um cidadão
Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar”

Ou a sociedade quer uma escola democrática, mesmo que não tenha a qualidade expressa na primeira, mas seja aberta a todos, independente das diferenças sociais, étnicas, de gênero ou intelectuais?

Além da limitação do acesso existe uma grande diferença entre as escolas de hoje e de antigamente. Algumas décadas atrás, a escola tinha como principal função apenas a formação no sentido da apreensão dos conhecimentos acumulados historicamente por nossa sociedade. Esse conhecimento era visto como verdade absoluta e, portanto não podia ser questionado. Além disso, a escola não valorizava a participação critica e ativa dos alunos. Esses eram meros receptores de conhecimento e o professor era o agente principal. 


Essa escola sofreu muitas criticas como a encontrada no videoclipe da banda de rock Pink Floyd e sua música “Another Brick in the wall” que apresenta como essa escola se baseava em uma formação castradora das identidades dos alunos, e que limitava sua autonomia.

A escola como está organizada hoje, está longe de ser o modelo exemplar de escola, se é que isso é possível, mas é pelo menos, a que melhor atende aos anseios da grande maioria da população. 

Mas como conseguir unir a universalização do acesso à educação e a qualidade necessária para que nossas crianças e jovens construam um país melhor, mais justo e desenvolvido, com menos desigualdades? Para entendermos melhor esse processo precisamos nos perguntar: Qual é o objetivo da escola contemporânea? O que significa uma escola de qualidade? Como construir uma escola de qualidade?

Para responder aos questionamentos acima precisamos em primeiro lugar entender que a escola hoje, tem objetivos muito distintos da escola tradicional. Hoje não queremos apenas alunos que tenham decorado uma grande quantidade de informações. As demandas econômicas, politicas e sociais pedem a cada dia mais, que nossos alunos desenvolvam competências e habilidade para viver na sociedade do conhecimento, onde as informações e processos mudam com grande uma velocidade.


Diante disso a escola tem que se perceber como componente importante nessa engrenagem, e trabalhar para contribuir com o desenvolvimento dessas competências e habilidades, para que no futuro nossas crianças e jovens saibam lidar com toda a complexidade da vida contemporânea.


Mas para atingir esse objetivo a escola tem que enfrentar mais uma contradição: como articular um saber contextualizado com as novas demandas sociais sem romper com a educação formal, desenvolvida nos moldes de estruturas construídas a pelo menos dois séculos?


O conhecimento produzido pela nossa sociedade passou por um processo de sistematização que teve o seu auge no século XIX com o advento do pensamento positivista. O conhecimento foi separado em diferentes ciências com objetos e métodos específicos. Todo esse processo foi muito importante para a sociedade contemporânea que teve grandes avanços tecnológicos alicerçados nas descobertas cientificas.


Porém na escola essa fragmentação do conhecimento criou um problema, pois a realidade não é disciplinarizada como o conhecimento escolar, o que dificulta muito a transposição dessas informações para a vida cotidiana.


Esse conhecimento fragmentado trabalhado diariamente nas escolas perdeu o significado para as novas gerações, pois não é contextualizado com sua realidade.


Na letra “estudo errado” de Gabriel o Pensador, vemos uma critica a essa situação, onde crianças e jovens saem das escolas sem entender os conteúdos trabalhados pelos professores e muito menos conseguem associar esse conhecimentos as suas necessidades diárias.

A comunidade escolar precisa problematizar sua realidade e a partir disso construir conhecimentos e práticas significativas. O melhor caminho para essa reestruturação e desenvolver a interdisciplinaridade como alicerce dos métodos de trabalho docente. Esse desafio é grande, pois hoje algumas redes oficiais tem um currículo pronto o que limita o trabalho do professor, mas é primordial que essa mudança se articule, pois todos ganharão os educadores, os alunos, a escola e a sociedade como um todo.





Semana 2 – Vídeo aula 5 e 6

“O conceito de transversalidade” e “Temas Transversais em educação”

O conceito de transversalidade vem em resposta a busca por novos sentidos da educação. A sistematização das ciências, no século XIX, estabeleceu um modelo que até hoje é seguido na educação formal, onde os conteúdos são divididos por disciplinas especificas.
No contexto cientifico, essa disciplinarização trouxe diversos avanços tecnológicos, mas no contexto escolar dificulta a construção de uma escola alicerçada em valores como cidadania e democracia.


A ciência é desenvolvida para suprir interesses de determinados grupos, e esses interesses não necessariamente são os da grande maioria da população. Diante desse contexto, é importante nos perguntarmos, a escola está a serviço de quem? A resposta é clara, ela "deveria" objetivas as necessidades do povo.


Diante disso, a escola não pode mais seguir os mesmo padrões estabelecidos pelo cientificismo do século XIX. A escola hoje tem, que pensar sua estrutura mais do que simples transmissora de conhecimento. Pois esse não é mais o seu papel. Hoje a escola tem que formar cidadãos críticos, éticos que construam seus próprios conhecimentos e busquem uma vida melhor para sua família, sua nação e seu planeta.


Atualmente a família não consegue mais contemplar a formação ética e moral e acaba delegando esse papel a escola. Isso causa um conflito, pois a escola se estrutura na lógica da disciplinarização.
A transversalidade seria um dos caminhos que favoreceria a escola nesses novos caminhos e responsabilidades. Os temas transversais são os que atravessam as disciplinas não cabendo em nenhuma especificamente.



Mas tem todo conteúdo é um tema transversal, é necessário atingir e desenvolver temáticas éticas, políticas e sociais, ou seja, que respondam a questionamentos e necessidades da sociedade. Por isso uma questão importante é que cada comunidade ou instituição tenha os seus temas que contemplem a complexidade de suas realidades sociais

Existem diferentes  concepções de transversalidade:
Na primeira concepção o currículo continua baseado nas disciplinas, mas os temas transversais atravessam os conteúdos curriculares. O desenvolvimento dessa concepção é feito com:
- Atividades pontuais como projetos sobre a copa:
- Com a ajuda de profissionais de fora da escola (considerados mais qualificados que os professores);
- Projetos interdisciplinaridade em temas transversais
- Incorporação da transversalidade nas próprias disciplinas
-O desenvolvimento da transversalidade como currículo oculto (podendo cair na moralidade, pois será usada em resposta a alguma situação problema, além disso, não estimula o planejamento do professor e a intencionalidade)
Mesmo que as opções sejam relevantes, a s grande critica a todos os exemplos anteriores é que continua existindo a fragmentação disciplinar, ou seja, o educando não consegue ter uma visão global de sua realidade, pois o conhecimento que ele constrói na escola é todo fragmentado.
 Na segunda Concepção se inverte os valores, as temáticas transversais são os eixos principais e as disciplinas atravessariam esses temas. Mesmo mudando o eixo, ainda haveria a fragmentação do ensino.


Na terceira Concepção se pensa o trabalho educacional como uma rede e não mais retas verticais e horizontais. Todo o conhecimento é interligado e assim é possível perceber as diversas relações.





Semana 3 - Vídeo Aula 9 e 10

“Ciência e Educação” e Interdisciplinaridade e Transversalidade na Educação”

A escola precisa ensinar os educandos a ler o mundo, não só a aprendizagem da leitura e a escrita. 


Mas o mundo não é disciplinar e por esse motivo, a escola tem que fazer a ponte entre o disciplinar e o transversal. A fragmentação do conhecimento em áreas especificas, iniciou-se por volta do século XVII com Descartes e a sua busca da unidade do conhecimento cientifico (analise e síntese).


 A profissionalização foi a forma como a sociedade assimilou, incorporou a ciência e a distanciou tanto da vida cotidiana.


O ensino de ciências deve ser visto de forma mais ampla. Afinal para ler um jornal ou assistir um telejornal, ver os nutrientes de um alimento ou um rótulo de remédio ou de produtos diversos é necessário compreender esse tipo de linguagem (cientifica, matemática, etc) e essas linguagens devem ser trabalhadas na escola.



 A ciência deve servir como um aparato instrumental de todas as pessoas para a vida, não só trabalho de cientistas.




Semana 4 – Vídeo Aula 13 e 14

“Conhecimento em Rede” e “Projetos”


O conhecimento não é algo a ser transmitido para o aluno, nem o aluno é um balde que espera passivamente ser preenchido de conhecimento. Por mais que hoje ninguém mais se apresenta como “baldista”, suas representações ainda permeiam o cotidiano escolar.
Outra forma de ver o conhecimento foi como um “encadeamento”. Nesse contexto, ele se organizava de forma linear, com uma sequencia fixa, só é preciso saber o que vem antes e dar continuidade.
Essa ideia é mais uma das que se baseiam nos estudos de Descartes. A sequencia cartesiana estabelece sua analise partindo do simples ao complexo, decompondo-o e em seguida reorganizando-se de forma encadeada.
A ideia de “rede” que estudaremos não nega os pensamentos anteriores, só amplifica a complexidade das relações na escola e na sala de aula, pois a partir dela, planeja-se considerando uma grande quantidade de relações. O sistema de rede entende que a criança já vem pra escola com diversas relações construídas e nesse sentido não existe um eixo central, existem centros de interesse.



Continua-se usando o encadeamento, mas existe a liberdade de procurar respostas distintas, em diferentes pontos. No pensamento em rede existe um permanente estado de atualização
Já ideia de projeto está relacionada à AÇÃO, o fazer com a palavra, ou de forma responsável. A palavra “projeto” (que significa jato pra frente, projetar-se lá na frente). Ele se constitui de metas e objetivos, futuro, antecipação, abertura, risco, criação e ação do sujeito.
O projeto é importante para a escola, pois pode ser visto como um rio que tem em sua cabeceira nossos sonhos, ilusões, utopias e esperança. E em sua foz, os planejamentos, avaliações e trajetórias.
Mas para desenvolver um bom projeto, não basta ter metas, é preciso pensar as metas que realmente são importantes para a escola e para todos os seus agentes.




Semana 5 - Vídeo aula 17 e 18

“Pedagogia de Projetos” e “Educação Integral”


A Educação Integral não significa apenas deixar o aluno na escola o dia inteiro, é importante criar métodos para que esse tempo seja produtivo e repleto de aprendizagens. Nas escolas integrais apresentadas no vídeo, os alunos tem autonomia para escolher as atividades que desejam fazer, além disso, esses conteúdos são desenvolvidos de uma forma dinâmica com as articulações de oficinas e a pedagogia de projetos.



A Pedagogia de Projetos é uma metodologia importante para o desenvolvimento amplo dos educandos, pois nela eles são os principais agentes para planejar, desenvolver estratégias para chegar aos objetivos e eles tem liberdade para alterações durante todo esse processo.



  
Os dois eixos dos trabalhos com projetos são a interdisciplinaridade e a transversalidade o que contribui com aprendizagens significativas, pois não se prende apenas aos conteúdos das disciplinas especificas.


Juntas, a Escola Integral e a Pedagogia de Projetos, objetivam o desenvolvimento pleno do aluno, como cidadão protagonista e transformador de sua realidade social.




Semana 6 – Vídeo aula 21
“Sentimento e afeto como Tema transversal”

Os nossos valores estão totalmente relacionados como nossa dimensão afetiva, nesse sentido faz-se urgente pensar a temática dos sentimentos e emoções como objeto de pesquisa e também a transposição dessas analises e discussões para o cotidiano escolar.



Essa temática, até hoje esquecida no cotidiano escolar, nos levanta questionamentos importantes. Um deles a noção de que como seres psicológicos com diversas dimensões, como podemos estabelecer uma como mais importante? 


Além disso, um dos objetivos da escola é que os educandos aprendam o mundo e suas complexidades, e consigam agir nesse mundo a partir de suas realidades sociais. Como entender, ler o mundo, se não entendemos os nossos próprios sentimentos e emoções? Como conhecer esse mundo externo, sem conhecer o mundo interno e suas complexidades?



Semana 6 – Vídeo aula 22
“Questões de gênero no cotidiano escolar”


Historicamente a mulher foi vista e tratada como um ser menor que o homem, e há algumas décadas vem conquistando, através de lutas, uma patamar de uma “pseudo igualdade” em relação ao homem. A questão de gênero é uma temática urgente no Brasil e principalmente no espaço escolar, onde se reproduz práticas socialmente construídas.



Esse tema pode ser trabalhado através de eixos como ética, orientação sexual e diversidade cultural.



Há duas concepções teóricas sobre como essa temática pode ser analisada, uma delas construcionismo social é uma vertente da psicologia que analisa nosso desempenho no desenvolvimento dos papeis na sociedade. A outra, socialização de gênero pensa que aprendemos com os outros a forma de desempenhar nossos papeis.
Um outro ponto importante é diferenciar alguns conceitos a respeito da temática:

- Sexo: determinação biológica



- Sexualidade: significado atribuído a condição definida geneticamente



- relações de gênero: representações socialmente constituídas


Mulher - Divino Luxo - Navio Negreiro

O macho pela vida
Se valida
A molestar a mulher
Se diverte.
Apavorada,
Ela, que se péla,
Pouco pára de pé,
E padece.
Quando ele pia, pia, pia,
Pra inibir na mulher o animal,
Talvez eu ria, ria, ria,
Vendo ele transar uma boneca de pau,
Com seu incubado,
Calado, colado, pirado pavor
Do segredo sagrado.
Por isto existe no mundo
Um escravo chamado

Mulher - Divino Luxo - Navio Negreiro
Graal - Puro Cristal - Desespero
Rosa-robô - Cachorrinho - Tesouro,
Ninguém suspeita dor neste ideal,
A dor ninguém suspeita imperial.
Eucaristia - Ascensão - Desgraça,
Filé-mignon - Púbis, Traseiro - Alcatra,
Banca de Revista - Açougue Informal - Plena Praça,
Ninguém suspeita dor neste ideal,
A dor ninguém suspeita imperial.